terça-feira, 3 de maio de 2011

A correspondência profética entre a
Beata Elena Guerra e o Papa Leão XIII
sobre o Espírito Santo
(1895-1903)


Elena Guerra, assumindo a sua missão de chamar ao coração de Jesus todos os fiéis em uma universal oração por meio da devoção ao Divino Espírito Santo, inicia sua correspondência com o Papa Leão XIII sobre o Espírito Santo.
A sua intenção ao escrever ao papa e convocar toda Igreja a Renascer no Espírito, indicando o Paráclito Divino como fonte de vida e santidade. Aprofunda a necessidade da devoção ao Espírito Santo e fala "da Crisma Espiritual" ou seja, da importância de receber o Espírito Santo.

Primeira Carta: 17 Abril de 1895

Segunda Carta: 17 Setembro de 1895

Terceira Carta: 1 de Dezembro de 1895

Quarta Carta: 6 de Novembro 1896

Quinta Carta 17 (15) Novembro 1896

Sexta Carta: 6 de Agosto de 1897

Sétima Carta: 30 de outubro de 1897

Oitava carta: 18 de dezembro de 1897

Nona carta: 6 de setembro de 1898.

Décima carta: 9 de março de 1899

Décima primeira carta: 10 de maio de 1900.

Décima segunda carta: 15 de Outubro de 1900.

Décima terceira carta: 9 de abril de 1903.




A resposta de Leão XIII à Beata Elena Guerra


As cartas de Elena Guerra a Leão XVII obtêm êxito positivo.
De fato, à primeira, Leão XIII responde emitindo para toda a Igreja o Breve Provvida Matris Charitate (5 de maio de 1895) com o qual se torna obrigatória a celebração solene da Novena de Pentecoste.
À terceira carta de Elena, o Pontífice responde com a publicação da Encíclica Divinum Illud Múnus (9 de maio de 1897), que é o documento pontifício doutrinal mais rico sobre o Espírito Santo.
À nona carta de Elena, tem seguimento ainda a Carta do Papa Ad Fovendum in Christiano Populo (18 de abril de 1902), dirigida aos Bispos, aos quais Leão XIII recorda obrigatoriedade da precedente Encíclica.




Breve “PROVIDA MATRIS CHARITATE”

5 de Maio de 1895

Do Papa Leão XIII a todos os fiéis, Saudações e Bênção Apostólica


Digno de previdente caridade materna é o voto que a Igreja não cessa jamais de apresentar a Deus, para que o povo cristão, onde se encontre, seja uma a fé nas mentes e uma a piedade nas obras.
Também nós, que fazemos às vezes do Divino Pastor na Terra, e nos esforçamos para seguir suas pegadas, não temos deixado de modo algum negligenciado entre os católicos este programa; e agora, mais do que nunca, entendemos que é a hora de promovê-lo junto aos povos que a Igreja há algum tempo convida a Si.
São sempre mais claras e evidentes os nossos cuidados e solicitudes, com os quais começamos e agora esperamos o cumprimento: Aquele, que nós conhecemos como “Pai das Misericórdias”, cuja obra é iluminar e guiar suavemente à salvação.
Não fugirá, certamente aos católicos, a gravidade e a importância do nosso empenho, do qual dependem além da honra divina, a glória do nome cristão e a eterna salvação de muitos. Se os católicos quiserem ponderar com o devido sentido religioso, não poderão deixar de advertir a si mesmos com forte estímulo e chama de caridade suprema, que por amor de Deus, não volta atrás, e tudo faz para a vantagem dos seus irmãos. Realiza-se assim o que nós ardentemente desejamos: que se unam a nós não somente na confiança de um êxito feliz, mas também no oferecimento de uma possível busca de ajuda, aquela ajuda que provém de Deus, mediante uma humilde e santa oração.
A esta tarefa espiritual, nenhum tempo nos parece mais oportuno do que aquele no qual os Apóstolos, depois da ascensão do Senhor ao céu, recolheram-se e juntos perseveraram unânimes em oração com Maria, Mãe de Jesus, a espera da Força prometida do Alto e dos Dons dos Carismas.
Naquele augusto Cenáculo, e para o mistério do Paráclito na Igreja, já então concebida por Cristo, nascida com a sua Morte e impulsionada por um sopro de vida, iniciou-se a feliz missão entre todas as gentes, a fim de conduzir à mesma fé e à mesma novidade da vida cristã. Em breve tempo, seguiram-se grandes e insignes frutos, entre os quais aquela humana unidade recordada pela Sagrada Escritura: “A multidão dos crentes eram um só coração e uma só alma”.
Impulsionados por esta consideração, pensamos em convidar, com a nossa presente Exortação, a piedade dos católicos, para que a exemplo da Virgem Maria e dos Santos Apóstolos, na iminente Novena de Pentecostes em preparação, dirijamo-nos concordes e com particular fervor a Deus, insistindo naquela oração: “Manda Senhor, o teu Espírito criador, e renovará a face da Terra”. “Emitte Spiritum tuum et creabuntur: et renovabis faciem terrae”.
Nós esperamos muitos e grandes dons Daquele que é o Espírito da Verdade; revelador dos divinos mistérios, segundo a Sagrada Escritura, que conforta a Igreja com a sua contínua presença e da qual, como fonte viva de santidade, regenera as almas para a divina adoção de filhos, crescendo admiravelmente e aperfeiçoando em vista da eternidade. De fato, da graça múltipla do Espírito Santo, fluem continuamente luz e ardor, remédio e fortaleza, consolação e repouso, vontade de bem e fecundidade no bem fazer.
Enfim, o mesmo Espírito Santo, com a sua força, opera na Igreja. De fato, como neste Corpo místico, a Cabeça é Cristo, assim o Espírito, com oportuna imagem, se pode dizer que é Coração. O coração tem uma profunda influência e por isso, o Espírito Santo vem comparado ao coração, pelo fato de vivificar e unir invisivelmente a Igreja.
Ora, dado que Ele é o Amor Subsistente e lhe vêm atribuídas todas as obras de amor, temos muito que esperar com a sua intervenção diante dos espíritos do erro e da maldade no sentido de neutralizá-los. Que a união das almas torne-se mais íntima e se conserve por mais tempo para os filhos da Igreja, que segundo a exortação do apóstolo, não devem agir por contenda, mas precisam ter um mesmo sentimento e viver unânimes em autêntico vínculo de caridade5. Só assim veremos mais sólidas e florescentes nossas comunidades e estas constituirão nossa alegria.
Desta exemplar concórdia entre os Católicos, deste religioso empenho de oração ao Divino Paráclito, podemos esperar muito a reconciliação dos irmãos separados, da qual temos cuidado particularmente, para que também eles tenham os mesmos sentimentos de Cristo Jesus, participando conosco um dia da mesma fé e esperança, estreitamente ligados pelo vínculo dulcíssimo da perfeita caridade.
Além das vantagens que certamente por esta piedade os fiéis receberão de Deus, àqueles que responderão com plena disponibilidade as nossas exortações, gostaríamos de acrescentar do tesouro da Igreja, o prêmio das sagradas indulgências.
Portanto, aos fiéis que por nove dias consecutivos, antes de Pentecostes, cada dia dirigirem, seja em público, seja em privado, particulares orações ao Espírito Santo, concedemos para cada dia uma indulgência de sete anos, e para todos os outros dias, quarenta anos. Indulgência plenária uma só vez em um dos sete dias, no dia mesmo de Pentecostes ou em um dos oito dias sucessivos, para os que, confessados, comungarem segundo as nossas intenções. Além disto, concedemos ainda, a quem rezar novamente nas mesmas condições nos oito dias depois de Pentecostes, que possam lucrar as mesmas indulgências. Tais indulgências, aplicáveis por sufrágio das almas santas do Purgatório, são válidas também para os anos futuros, salvo prescrições em contrário de costume e de direito.

Dado em Roma, junto a São Pedro, sob o anel do Pescador, no dia 15 de Maio de 1895, 18° do nosso Pontificado.

Leão XIII




Carta aos Bispos “Ad fovendum in Christiano Populo”

Reverendíssimo Senhor,

Com a intenção de promover no povo cristão, o culto ao Divino Espírito, Sua Santidade, o Papa Leão XIII, no dia 9 de Maio de 1897, enviava aos Bispos, como é conhecido por todos, a Encíclica “Divinum illud múnus”, plena de zelo apostólico e de sabedoria.
Em tal documento, o Santo Padre, muito oportunamente tratava de diversas coisas sobre o mistério da Santíssima Trindade e especialmente sobre a presença e a força do Espírito Santo. Exortava, portanto, o Clero, especialmente os pregadores, e de modo particular, àqueles que possuem o cuidado pelas almas, para que transmitissem ao povo, com maior diligência e amplidão possível, a doutrina sobre o Espírito Santo.
Quanto mais vem estimulada e revigorada a fé no Espírito Santo, tanto mais facilmente os cristãos se habituam a amar com mais ardor e a invocar com mais intensidade o Paráclito, Dom Altíssimo de Deus.
Aproximando-se da Solenidade de Pentecostes, o mesmo Sumo Pontífice na mesma Carta, decretava e ordenava que em todas as Paróquias católicas se publicassem orações em todo tempo da Novena, e se os Ordinários locais, achassem oportuno, também nas outras Igrejas e Oratórios.
Além disso, foram concedidas pelo tesouro da Igreja, muitos benefícios e indulgências perpétuas, que poderão ser ainda lucradas pelos fiéis durante a Oitava da Festa.
A Sua Santidade deseja ainda que tudo o que exortou e foi emanado, produza sempre com a colaboração diligente do Clero, vivos e abundantes frutos para maior glória do Divino Paráclito!
Portanto, para este objetivo, te envio a cópia da mesma Encíclica, por mandato do Beatíssimo Pai, também porque concluímos que muitos interpretaram que o Decreto sobre a Novena fosse somente referido ao Ano de 1897, enquanto agora, queremos sublinhar que o que está escrito na Encíclica acima nomeada, tem um valor perpétuo, seja para a oração, seja para as Indulgências.
O Sumo Pontífice recomenda calorosamente a Novena, tanto mais porque se trata de um fim de extremo interesse, a saber, para que possa maturar o bem da unidade cristã, para a qual solicita o Santo Padre e que por isto recomenda esta oração.
Disto, eu fui encarregado para fazer tal comunicação, da parte do augusto Pontífice.
O Santo Padre possui confiança na rapidez dos Bispos e na colaboração ativa do Clero, com a ajuda de Deus.
Desejo a vossa excelência os melhores augúrios de todo o coração.

Roma, Da secretaria da Congregação dos Ritos.
18 de Abril de 1902.

Leão XIII


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Responsável Teológico Padre Eduardo Braga e Silva - colaboração Gilcemar Hohemberger
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